terça-feira, 6 de outubro de 2009

História de Paquetá


O primeiro registro que se tem da Ilha de Paquetá é de 1555, quando André Thevet, cosmógrafo da expedição de Villegaignon, em sua missão para fundar a França Antártica, descobre Paquetá.
Esse registro é anterior à própria fundação da cidade do Rio de Janeiro. Em 18 de dezembro de 1556, o Rei da França, Henri II, reconhece as descobertas de André Thevet (que na realidade ocorreram em dezembro de 1555) e nessa data é hoje celebrado o aniversário de Paquetá.
Estácio de Sá vem ao Brasil com a missão de derrotar os franceses e colonizar as novas terras. Com a aliança dos índios Temiminós vence os franceses, aliados aos Tamoios e em 1565 funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Nesse mesmo ano, e cumprindo sua missão colonizadora, a Ilha de Paquetá é doada por Estácio de Sá, sob a forma de duas sesmarias, a dois de seus companheiros de viagem. A parte norte foi doada a Inácio de Bulhões (hoje chamada bairro do Campo pelos comunitários) e a parte sul (bairro da Ponte) a Fernão Valdez.

O lado sul da Ilha teve colonização mais rápida e o lado norte se caracterizou pela formação da Fazenda São Roque, com sua extensa área agrícola e criação de gado.


É nas terras da Fazenda São Roque que é erguida, em 1697, a primeira capela da Ilha, a Capela de São Roque, o padroeiro da Ilha. Até então, a comunidade tinha que atravessar a Baía de Guanabara até Magé, para participar de seus cultos religiosos. Em 1763, foi construída a Capela original do Senhor Bom Jesus do Monte da Ilha de Paquetá (no lado sul da Ilha).

Finalmente, já com a Família Real no Brasil e o Príncipe Regente freqüentando Paquetá, um alvará especial de D. João cria a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Monte e, em 1833, por decreto Imperial, a Ilha de Paquetá fica totalmente independente de Magé e passa a pertencer ao município da Corte.

Em 1961, o Governador do Estado da Guanabara cria o Distrito Administrativo de Paquetá e, em 1975, com a fusão dos Estados da Guanabara e Rio de Janeiro, a Ilha de Paquetá passa a pertencer à Cidade do Rio de Janeiro, constituindo sua XXI Região Administrativa.
O bairro se forma mais acentuadamente a partir do impacto cultural pela vinda frequente de D. João VI a Paquetá (a partir de 1808) e por meio do romance “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo, apoiado, ainda, pelo funcionamento regular da linha das barcas, a partir de 1838.

Paquetá é oficialmente um bairro do município do Rio de Janeiro, vinculado à Sub-Prefeitura do Centro da cidade.Para os comunitários, o bairro está ainda dividido em dois "bairros":O Campo (nome herdado do "campo" da Fazenda São Roque), o lado norte da Ilha, voltado para o fundo da Baía de Guanabara e Serra dos Órgãos – Dedo de Deus.

A Ponte (nome adquirido da ponte de atracação das barcas), o lado sul da Ilha, voltado para o Rio de Janeiro e para a entrada da Baía.
Essa sub-divisão da Ilha é importante na cultura local e foco de rivalidade nos times de futebol, nos blocos de carnaval, nos amores etc. O bairro Paquetá é completamente atípico em relação aos outros bairros da cidade:É uma ilha e o transporte regular para se chegar até ela é a barca;
Não é permitida a circulação de carros particulares, e os meios de transporte dos moradores e visitantes são as charretes, bicicletas, trenzinho turístico, barcos, canoas e, atualmente, o popular Eco-táxi;
As ruas não são asfaltadas, tendo cobertura de saibro preservando seu aspecto bucólico original;O local é tranqüilo e considerado seguro;

As mercadorias chegam pelas barcas de passageiros ou em uma barcaça para transporte de veículos, que parte da Ilha do Governador, permitindo que os carros de entrega façam a distribuição de mercadorias na Ilha e voltem no mesmo dia na barcaça.

A Ilha já era denominada como Paquetá quando os portugueses e franceses aqui chegaram. O estudo etimológico do nome sempre gerou polêmicas e várias possibilidades: muitas conchas ou área com muitas pedras ou, ainda, muitas pacas. Esta última interpretação é hoje a mais aceita, corroborada pela publicação dos escritos de André Thevet, que narra a abundância na Ilha do animal Pacarana, parente próximo da Paca.